quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Total Escuridão - Parte II



O horror cobria o rosto de Sara e um grito ecoou pela vila Pristama, o sangue que cobria o corpo de Sara de quem seria? Poderia o sonho ser real? Mistério e pânico cercava o casebre localizado no fim da rua Marmotte, a casa de número 666, algo estranho e funesto estava acontecendo com a pobre órfã Sara. A porta da casa foi manchada com o sangue de cabra pois ali estava uma das escolhidas do senhor das trevas, um ritual antigo, manchar as portas das pessoas escolhidas para as trevas com o sangue de uma cabra, todos que por ali passassem saberiam que o mal ali reinava.

Depois daquela noite o estanho não mais veio aos sonhos de Sara, sua vida passou a ser os dois quartos da casa e mais nada, quando tentava sair a rua para ir ao mercadinho era atacada por palavras que a chamavam A Escolhida da Besta. Padres, monges e curandeiros foram chamados para tentar desvendar o que havia ocorrido naquela noite, e nada conseguiam encontrar, um mistério sem resolução, dois anos se passaram e o sangue à porta de Sara já não mais dava para ser observado, a população aos poucos foi se esquecendo dos acontecimentos e Sara voltava a ter uma vida normal, já conseguia sair para colher frutas no pomar do Senhor Kedar e conseguia ir ver o sol se por as tardinhas na beira mar. Mas Sara era solitária, sem amigos, sem família, somente ela e as lembranças do Ser estranho que um dia havia habitado seus sonhos.

Era um domingo de sol, uma tarde linda e saiu para ver o pôr do sol na marina, ficou sentada na areia olhando o horizonte e imaginando como seria a vida além daquelas ondas que se chocavam com os rochedos ao longe. Ficou ali durante muito tempo e perdeu o sentido das horas, já passava das oito da noite, o sol já repousava no crepúsculo e Sara despertava de seu sonho acordada e já estava na hora de retornar, caminhou por entre os casebres, rua após rua, e num dos becos escuros foi arrastada pela a escuridão por mãos geladas, teve sua boca tapada e o cheiro de sangue pairou pelo ar.

Continua....

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